Os comportamentos agressivos na infância podem ocorrer quando a criança sente frustração ou necessidade de comunicar que algo não está bem. Na verdade é a expressão de emoções não organizadas e assimiladas pela criança que acabam por utilizar a impulsividade como forma de aliviar o que sentem. No entanto, a criança não expressará raiva e sim sentimentos como insegurança, mágoa, frustração, medo, etc. Nesta perspectiva, estes comportamentos resultam de um défice nas estratégias e recursos pessoais que poderiam ser acionadas face à situações que exigem da criança respostas mais adaptadas.
Birras, gritos, choros, pontapés são comportamentos comuns nas crianças mais agressivas, tão comuns quanto o pedido de apoio dos pais e relatos de que “já não aguento mais” ou “não sei o que fazer com o meu filho”. Vale ressaltar que a criança poderá está a provocar o adulto com o intuito de que este possa intervir e ajudá-la a controlar o seu impulso agressivo, pois a própria ainda não sabe como agir perante situações de descontrole emocional.
Os motivos pelos quais estes comportamentos inadaptativos ocorrem podem ser de diversas ordens e não há uma ação de causalidade-efeito direta que melhor justifique. Mas, poderemos listar as causas mais comuns, tais como: ausência de limites e regras (ou são poucos claros e consistentes); excesso de limites, falta de atenção parental, dinâmica familiar conflituosa, ambientes familiares disfuncionais, separação dos pais, negligência, nascimento de um irmão, stress diário (crianças sobrecarregadas de atividades), problemas de saúde, falta de afeto, etc. Tais situações surgem como fatores de risco no desenvolvimento ajustado das crianças e limitam o desenvolvimento de competências sociais, emocionais e comportamentais fundamentais nesta fase do desenvolvimento.
É importante que os pais tenham em atenção o aumento da agressividade na criança e tente compreender o que poderá está na origem do problema. Na verdade, os pais tornam-se elementos basilares neste processo ao contribuir para que a autonomia e o autoconhecimento sejam fatores marcantes no seu desenvolvimento, privilegiando simultaneamente na relação a compreensão e a aceitação de regras e limites, quer na díade parental, quer no seu contexto social imediato, no caso a família e a escola.